segunda-feira, 26 de julho de 2010

Jorge Drexler está muito se lixando

Não por acaso, o show é todo dele.


Ainda que a banda - com naipes de metal, marimba, percussão, harmonia perfeita, simpatia e beleza - seja maravilhosa, é Jorge quem faz seu show, o tem sob controle em cada detalhe. Se a luz estiver errada ele para e gentilmente diz "agora é Jardinero" olhando para cima. Levando o repertório na ponta dos dedos, ele reconhece até mesmo o tom da microfonia (era um Fá Sustenido) e ainda faz piada com o rammy (conhecido como ruído ou, no caso, "equipamento emocionado").

Como o show é dele, ele convida quem ele quiser. E que convite! Camelo entra pra ser homenageado por Jorge Drexler, que interpreta Doce Solidão. Mas o hermano não é o único homenageado da noite. Temos também Caetano, ausente, que perdeu uma bela versão milongada de Sampa, cheia do "Mais respeitoso desrespeito". E nessa hora é que Jorge estava mesmo se lixando, corrigindo uma unha que acabara de se quebrar. Acontece quando a emoção toma o intérprete de assalto.

E quando a emoção tomou a plateia, ele sentiu-se no direito de coibir. Afinal o show era dele e palmas não combinam com Aquellos tempos interpretada apenas com voz e três músicos, simultaneamente, tocando uma mesma Marimba. Ou ainda, os versos podem ser difíceis demais para a platéia acompanhar, mas que ela esteja à vontade para contribuir no refrão.

Jorge Drexler é maestro de detalhes, e como Deus está nos detalhes, ele é aplaudido de pé.



Essa foi a setlist que eu encontrei, mas tenho quase certeza que tá faltando "La edad del cielo"

Todos a Sus Puestos
Uma Canción Me Trajo Hasta Aquí
3000 Millones de Latidos
Cerca Del Mar
Transporte
Se Va, Se Va, Se Fue
La Nieve Em La Bola de Nieve
Guitarra Y Voz
Don de Fluir
Milonga Del M.J
Sampa (cover Caetano Veloso)
Doce Solidão (com Marcelo Camelo)
Las Transeúntes
Disneylândia (cover Titãs)
Toque de Queda
Aquellos Tiempos
Polvo de Estrellas
Frontera
Todo Se Transforma
Bis

Al Otro Lado Del Río
Soledad
La Trama Y El Desenlace
Sea

terça-feira, 6 de julho de 2010

O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada...

.. não, nem todos são americanos,e o Brasil tem muita mais que batucada. TEM FESTIVAIS

O segundo semestre vem que vem prometendo para os Tupiniquins. Diversão garantida para o mês de julho é checar as confirmações de bandas gringas que aportam aqui em baixo do Equador para três festivais:

SWU - Starts WIth You - O Woodstock de Itu, festival eco-friendly acontece entre os dias 9 e 11 de outubro e tem cardápio pra quase todos os gostos. Green Day, Linkin Park, Dave Mathews Band, Sublime (wiht Rome?), Incubus, Pixies, Regina Spektor, Kings of Leon e os DJs Sharam e Erol Alkan estarão juntos nesse MEGA festival.

Natura - Nós About US - O festival foi mega pop ano passado, mas promete mudanças. Se o perfil antes era Carlinhos Brown, Sting e Jason Mraz, no dia 16 de outubro 2010 a coisa vai ser diferente, indies como o AIR já estão confirmados no line up.

Planeta Terra - Já conhecido e esperado, o festival quer fazer frente ao SWU. Entre uma montanha-russa e outra, será possível ver Phoenix, Hot Chip, Passion Pit e Belle & Sebastian no playcenter

Maaas quem são esses? Gostar de todos é improvável, mas conhecê-los é bom , né?!

Linkin Park : Para os nostálgicos da casa dos 18/20 que se descobriram sensívelmente revoltados com Numb, In the End e afins. O show deles em 2004 revoltou muita gente com o polêêêmico playback no vocal. Agora os fãs já estão grandinhos (e o público deve ser pequenininho comparado aos 75mil de 2004)... é bom eles capricharem

Kings Of Leon - Chega ao Brasil com status de megabanda, estourando de vender no mundo todo. A banda dos irmãos Followill deve agitar as multidão com guitarras rápidas e rock do bão lá pelas banda de Itu.

Sublime - Ande mais nostálgico ainda, pros meados de 95. Você vai encontrar o hit "Santeria" (se não na versão original, algo como "eu não prátícô bruxariá/ Nãotenhoboladí cristal") . Depois de 14 anos eles estão de volta com um novo vocalista, mas mantendo a pegada ska/punk/hip hop/ aquelascoisa.

Dave Mathews Band> As baladas muito bem tocadas fazem com que muita gente diga que é "música de menina". Ainda acho que é uma das trilhas que mais combina com o clima eco-woodstock

Incubus - Com cara de rock-fim-de-anos-90 o Incubus deve ter público cativo para ouvir Drive e Megalomaniac

Pixies- Eles são chamados de percursores do rock indie/alternativo. E mesmo que você não esteja nem aí pra história deve ter achado legal o Tom cantando Here Comes Your Man no karaokê em (500)Dias com Ela . Gostou? É deles.

Regina Spektor - A mina é russa e aprendeu a tocar piano no porão de uma sinagoga nos EUA, onde mora desde criança. Acho que já dá pra ficar curioso só por isso. Se não, ouça Us ou FIdelity (se é que você já não ouviu na novela, ou sua versão tecno-brega "Tenho Medo de Amar"- NOT) e tente não se apaixonar.

AIR - A dupla é francesa e a fofice do som já se revela desde o nome, que é uma abreviação de Amour, Imagination, Rêve (Amor, Imaginação e Sonho). Já fez "ÓUN" pra isso? Então ouça e veja o clipe de Sing, Sang, Sung e complete a sessão mimimi.

Hot Chip - Nerdinhos apaixonantes já estiveram no Brasil em 2007, no Tim Festival, mas voltam bem mais hypadinhos com o sucesso do EP "One Life Stand"

Phoenix - A banda francesa também nos visitou há 3 anos no Nokia Trends, mas também devem ter mais atenção graças ao CD Wolfgang Amadeus Phoenix e o suuuuucesso Lisztomania.

Passion Pit - A banda de Boston saltou na cena indie e vem ganhando seguidores também nessa vertente indie eletrônico. Os caras são beem novinhos e já despontaram mesmo com um som "dançante e com letras enigmáticas", como descreve o myspace dos caras


Belle &Sebastian - Os escoceses chegam ao Brasil novamente, desfilando seu indie melancólico e melodioso. Até novembro, esperamos que o álbum já tenha saído para curtirmos umas inéditas por aqui.

E ainda restam especulações: Yo La Tengo, Pavemente, Two Door Cinema Club... ufa

Me pergunto quem serão os anfitriões nacionais. Mombojó, com o novo Amigo do Tempo? Vivendo do Ócio? Pública? Ludov? Vanguart? Móveis? Tulipa Ruiz? Lulina? Céu? Cérebro Eletrônico? Guizado? - A cena brasileira tem novatos e veteranos, revelações e clichês. Façam suas apostas, clamem, critiquem, indiquem. Que a nossa seleção seja mais caprichada que a boleira, pra ver se a gente se dá bem pelo menos nessa festa mundial da música.

domingo, 25 de abril de 2010

.Pro Tempo Engatinhar.

Quase 5 meses depois, eis que ressurge o blog!
Muito atrasada, venho contar que eu e a Menina Colorida estivemos juntas prestigiando o show do Móveis Coloniais de Acaju em janeiro... e que show.

Show no Auditório do Ibirapuera é sentado? Hahah Not really... não precisou uma música pra todo mundo ir pro gargarejo e aí sim era o show do Móveis. A animação e presença de palco dos meninos já foi descrita pela Colorida em posts mais antigos e não foi diferente, ainda mais em dia de gravação de DVD. A interação com a platéia foi sensacional e até nas músicas que precisaram ser repetidas por probleminhas técnicos não faltou animação: gritos ensaiados, rodas, gente pulando, abaixa-levanta.
O set tava afiadíssimo com predominância do C_mpl_te e as clássicas do Idem. Não teve quem não se jogasse em Copacabana ou não curtisse a fofura ecológica de Mergulha e Voa (a música composta pro projeto Tamar).

Com certeza um registro sensacional, à altura dos 5 anos de "feijoada búlgara" desde o lançamento do primeiro CD.

E pra quem tá curioso, vale ficar de olho no Canal Brasil, que já exibiu o show no começando do mês e está representando-o (difícil é achar a programação certinha)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pullovers e Ludov no CCSP

Queridos tortinhos, que saudade desse canto!
É, vestibular/ faculdade não nos deixa muito tempo pra ouvir com calma, escrever com calma. Mas a vida é tão rara e o fim do ano inspira férias de um jeito que não dava pra perder essa delícia em pleno sábado ensolarado, muito menos deixar de registrá-la.

Fiquei sabendo do derradeiro show via twitter, outra maravilha atual. Era censura livre, era baratinho, era perto do metrô. Não ir seria uma falta de decência, então às 17hrs estava eu na bilheteria do CCSP, prontinha pra pegar meu ingresso e ainda ver a passagem de som e ainda ficar pertinho de Habacuque Lima, Mauro Motoki e Luiz Venâncio lá no café. Duas horinhas falando besteiras com minhas boas e velhas amigas e desfilando meu vestidinho pelas rampas do CC e já estava na hora de ver e ouvir.

E como Pullovers é uma delicinha, aliás foi essa a grande moral de sábado. Já conhecia ludov e não duvidava deles, mas Ah* Pullovers (suspiro apaixonado). Como cativam esses nerdzinhos paulistanos, com seu leve bairrismo, sua estagiária de contabilidade, seus craques tímidos que de alguma maneira usavam óculos na alma. (vide entrevista, se não acreditar em mim)
Pena o áudio ser ruim, o vocal estar baixo e a bateria estourando. Se nessas condições o show foi uma delícia... imagina se a acústica e o sistema de som ajudasse!

E aí veio Ludov, com um set list que contemplou várias fases da banda, dando lógica preferência ao último CD, Caligrafia. Existe alguém mais encantador que o Motoki na escaleta? Tá, o Bruno Serroni no cello rivaliza...e ai, o Habacuque também, e a Vanessa. QUE ENCANTO. A timidez pulloveriana deu lugar a hipertividade dos ludovicos e ninguém achou ruim, o público respondeu à altura com pulinhos, gritinhos e palma e coro. E o queee foi aquele Bis com "madeira naval" e "trânsito" foi pra machucar meu coração de vez? Fui embora leve como quem passou o dia dançando Dois a rodar

terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Eu náo sei dicer pórtugueis"

Beirut fez o carnaval indie no Via Funchal.




Ressalto Beirut porque eles mostraram que são muito mais que banda de apoio do Zach Condon. Mas comecemos pelo começo.

Uma noite perto da Daslu. Muitos indies. Aqueeele clichê. A nata da social cult estava por lá: Indie-brechó, Indie-teatro, Indie-bukowski, Indie-pai, Indie-filho. Eram barbas, cabelos e bigodes. Chapéus-coco, boinas e panamás. Xadrez, all-star, reverbcity, conto do vigário, nonsense, needles & pins, sound & vision e mais (inclua sua enumeração indie aqui). E valeu a pena chegar antes pra fazer o people wathcing nosso de cada dia e chegar a essas conclusões.

Valeu a pena chegar mais cedo? Opa, retiro o que eu disse. Quem dera atrasar e perder a “banda” de abertura. Manacá entrou no palco com aquele ambiente de churrascaria. As pessoas procuravam sua CADEIRAS (erro 1: show sentado) enquanto a banda assassinava “Canto de Ossanha” (erro 2, muito pior).

É meus amigos, nada é bom demais que não possa ter o dedo da Dona Globo pra botáafudê. A banda da Capitolina tinha que dar o ar da graça pra justificar o sucesso de “Elephant Gun”. O mais engraçado é que a banda é, de fato, da Capitolina. Leticia Persiles tá precisando de uma desobsesão pra se livrar na personagem da microsérie. A atitude forçada, a voz fraquinha e a miscelânia errada de culturas garantiu um espetáculo de interrogações na platéia: O que essa mina tá fazendo aí?

Salvou-se Toninho Ferraguti, Claro. Mas por favor, muito pesudo essa mistura de marcatu, milonga, música clássica, rock pesado e bossa nova. Mais sorte da próxima vez, Manacá.

Mas aí veio Beirut e ninguém mais se importou. Começou logo com Nantes e a plateia por sí corrigiu o erro 1: todo mundo de pé, de forma bastante civilizada, inclusive respeitando a divisão monetária do negócio. Pagou menos, ficou atrás, não reclamou. Não demorou muito pra tocarem “Elephant Gun” que não foi tão cerejinah do bolo quanto eu imaginava. QUE ÓTIMO. A animação do público era tão grande que não teve muita diferença entre o hit e o resto. Tudo igualmente animado, uma beleza!

LEÃOZINHO! LEÃOZINHO! Se a plateia não cala, Zach arrisca o refrão e diz que esqueceu a letra (oh fuck!) e o baixista dá uma palinha só pra gente passar vontade. Decepcionou ? Talvez. Comprometeu? Jamais! Até porque teve Brazil, sambinha do bom pra inglês ver. Javanaise, Serge Gainsbourg pra ano da França do Brasil nenhum botar defeito!

Uma salva de palmas a todos os músicos do coletivo: mesmo com formação reduzida a banda não decepcionou. Paul Collins animadíssimo. Ao menos, penso que era ele. Os nerdinhos trocam tanto de intrumento que é díficil encotnrar a informação certa de quem é quem.

“Toca Raul”, Zach divertiu, se divertindo. Magnetismo deve ser a palvra. Sintonia de muitos. Uma coisa forte.

Fimzinho. “This will be our last song. It would be nice if you came close to the stage”. SIIIM, todo mundo pra área Vip, mas longe do caos baiano. Mostramos o que os baiano não tiveram, um público educado. anfitriões que sabem se portar como bons convidados. O Zach também não tava ridiculamente bêbado e parece ter curtido de verdade mesmo o show. Foi lindo demais, foi lindo. De tão lindo, a platei barulhentíssima e muito preseverante ganhou até uma canjinha pós bis.




O via Funchal era uma festa.



Setlist
1.Nantes
2.The Shrew
3.Cozak
4.Elephant Gun
5.Scenic World
6.My Wife
7.Postcards from Italy
8.The Akara
9.La Javanaise (Serge Gainsbourg cover)
10.Mount Wroclai (Idle Days)
Encore:
11.Cherbourg
12.A Sunday Smile
Encore 2:
13.Brazil
14.Siki Siki Baba (Kocani Orkestar cover)
15.My Night With The Prostitute From Marseille
Encore 3:
16.Gulag Orkestar

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Rapidinhas: Vagarosa


Passei rapidinho, rapidinho pra deixar o som novo da Céu.
Tô ouvindo agora, digerindo. Afastou-se do samba, flertou reggae ("dorme dorme babilônia" e tudo!) até o ska, assumiu o eletro de vez, latinizou, música claramente nova, graves gostosinhos. Bom sim.
Destaque pro cover de Jorge Ben como sotaque de Los Sebosos Postizos...e Luiz Melodia em "Vira Lata" pro samba não morrer!

Ouça aqui!

domingo, 9 de agosto de 2009

.dizmaia.

Batendo cartão no StudioSp, estivemos lá sábado. Dessa vez, para comemorar meu aniversário de 25 anos, ao som da banda Dizmaia.
Foi uma jogada audaciosa arriscar tal comemoração num show que não tínhamos sequer idéia de como seria. Banda pernambucana, cantando músicas de Tim Maia. Tal qual Del Rey que toca lindamente Roberto Carlos. Tal qual Seu Chico que toca Chico Buarque de um jeito que não nos agradou.

Arriscamos e a surpesa não poderia ser melhor: Eles são muito bons, simpatissíssimos e de bom gosto. O repertório não poderia ser melhor esolhido...

Pra completar a alegria da noite, após dançar incansavelmente, saímos da festa sem cheirinho de cigarro!

Pra ficar registrado o primeiro som: Rational Culture.